domingo, 17 de janeiro de 2010

A Esperança é a Última que Morre...


Lá bem no alto do décimo segundo andar

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que, quando todas as sirenes

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho,

para que não esqueçam:

— O meu nome é

ES-PE-RAN-ÇA...



"Mário Quintana"

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